Projetos
Dessa confluência de vozes, lutas e saberes nasceu uma plataforma digital que reúne histórias de vida, relatos em primeira pessoa e mapas afetivos da resistência feminina na Amazônia. Mapa da Mina pretende crescer, se multiplicar e atravessar fronteiras — construindo pontes dentro da floresta e da floresta para o mundo.
O projeto Mapa da Mina germinou na Amazônia a partir de uma série de oficinas realizadas em 2019. Naquele ano, a parceria entre a Rede Wayuri, o Instituto Socioambiental e o Instituto para Democracia, Mídia e Intercâmbio Cultural (IDEM) abriu caminho para um encontro raro: jornalistas da Rádio Novelo sentaram-se lado a lado com comunicadores indígenas da Rede Wayuri para pensar, juntos, uma pergunta simples e profunda — como contar histórias indígenas em formato de podcast?
Em 2024, novos aliados se somaram ao percurso: Justiça nos Trilhos, o Departamento de Mulheres da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (DMIRN–FOIRN) e outros parceiros que reconheceram a urgência de ampliar essas vozes. Nos relatos trazidos por comunicadores e comunicadoras indígenas, um tema insistia em atravessar cada narrativa: o impacto da mineração nos territórios. Assim nasceu a busca por um fio condutor que pudesse unir as histórias, revelar suas tramas ocultas e responder a uma provocação inevitável — e se contássemos tudo de forma interativa?
A cobertura jornalística da Conferência do Clima da ONU, paralela à Cúpula dos Povos, ofereceu o momento ideal para dar forma ao novo projeto. Mapa da Mina emergiu como uma resposta à pergunta que ecoava entre as mulheres indígenas: como suas histórias revelam o cotidiano dos territórios — e como esse cotidiano, por sua vez, denuncia violações que ultrapassam números, estatísticas e relatórios oficiais?
